terça-feira, 4 de agosto de 2009

AUTORRETRATO[1] DO FINAL DE SEMANA: MUITO FRIO

A palavra AUTORRETRATO[2] chocou sua visão???? Pois saiba que a minha também. Mas é assim que ele deve ser grafado desde a Reforma Ortográfica aprovada a partir do Acordo Ortográfico elaborado em 1990, ratificado pelo Brasil em 2004 a posto em prática a partir de 2009.
Todavia, o AUTORRETRATO do frio choca mais pela nova forma de escrever do que pelo seu significado. Ou será que ele será auxiliado pelo intenso frio que nos castiga, incomoda, apaixona, agrada alguns, desagrada a outros sempre mostrando as duas faces e nos impelindo a reapreender a lidar tanto com as palavras quanto com o clima frio?????.
Fazia anos que o inverno não era rigoroso como se apresenta neste ano. Ontem, o jeito foi permanecer olhando coisas antigas e em casa, cercada de muito calor artificial. Bem por isso passei a mexer em coisas velhas e descobri uma caixa de fotografias. Aquelas em preto e branco, guardadas como lembrança de um passado pouco distante, embora pertença ao século passado, mas que no mês de julho congelava nossas IDEIAS[3]
Achei algumas fotos interessantes, iguais ou quem sabe tiradas pelo mesmo fotógrafo, senhor Augusto Zarpellon, que registrava todos os fatos e eventos de Soledade e depois expunha naquela galeria-garagem, central, que nos abrigava do vento e propiciava a troca de informações entre os mais velhos e os mais novos, sobre quem eram os personagens das fotos expostas nas molduras de vidro. Ali a gente esquecia-se do minuano e encontrava amigos e conhecidos, redescobria amizades e até espichava o papo atualizando endereços, trocando informações, enfim, dialogando e resgatando conhecimentos.
Uma dessas fotos, que introduzo neste texto, mostra meu pai, no ano de 1968, na frente da nossa casa, na rua Aldo Porto, encantado pela paisagem européia que enfeitou Soledade, após uma noite de neve espessa.

Outra foto que encontrei é da visita de Ieda Maria Vargas, então Miss Universo, a Soledade. Meu pai anotou o mês, agosto, mas deixou de anotar o ano. Sei que foi na década de 1960. Mas isso não importa, diante da grandiosidade da paisagem, que mostra as anfitriãs da Miss Universo, da família Chaise, trajadas de casacões e gorros e com os pés afundados na neve, demonstrando a espessura do maravilhoso fenômeno que nos fazia sair de dentro de casa para brincar, construindo bonecos, fazendo “guerra de neve”, caminhando em grupo pela cidade, sempre fotografadas por alguém.



No meio das lembranças da neve, propiciadas pelo frio, resolvi aliar a gramática com a realidade. E parece que deu certo. Ah....vou esquentar um copo de leite com Nescau no MICRO-ONDA[4] para me aquecer e poder seguir remexendo e arrumando as fotografias.
Aos poucos estou tomando coragem e revelando aos meus leitores os segredos mais íntimos do Acordo Ortográfico, de uma forma criativa, mesmo não sendo original.

[1] Por sugestão dos meus alunos do Curso Técnico em Contabilidade, do IEE Maurício Cardoso, leitores assíduos das minhas crônicas e grandes incentivadores desta arte de escrever, que cultivo e procuro aperfeiçoar cada vez mais, evidenciarei, a partir de hoje, as palavras que se enquadram no novo Acordo Ortográfico, explicando, sempre, ao pé da página, o porquê da mudança. Assim, as palavras serão destacas pela cor vermelha e logo sempre virão acompanhadas da explicação gramatical.
[2] Antes do Acordo se escrevia com hífen (auto-retrato). Agora “não se usa hífen nas formações em que o primeiro elemento termina por vogal e o segundo elemento começa por R ou S, sendo que essas consoantes devem ser duplicadas. Assim temos autorretrato.
[3] Agora sem acento, pois é uma palavra paroxítona e possui ditongo aberto ei..
[4] Agora é assim que se escreve, o nosso antigo microonda virou MICRO-ONDA, pois “quando o primeiro elemento da formação MICRO terminar com a mesma vogal que se inicia o segundo elemento deverá ser usado o hífen”.

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