domingo, 27 de setembro de 2009

NUMERAÇÃO CORRETA DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS

Diante da confusão que está ocorrendo na numeração das cláusulas contratuais, chamo a atenção dos alunos do Curso Técnico em Contabilidade para a seguinte regra básica:

A Gramática Contemporânea indica que se deve aplicar uma única regra para todas as situações em que se usam NUMERAIS. LOGO: em se tratando de papas, soberanos e séculos devemos usar os numerais ordinais até dez inclusive e os cardinais depois.
Exemplos: Cláusulas 1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª, 5.ª, 6.ª, 7.ª, 8.ª, 9.ª , 10.ª e depois Cláusulas 11, 12, 13, etc.

PORÉM, preste atenção:
1. Se eu digo «décimo artigo do código», digo «capítulo cinco do livro».
2. Se o numeral antecede o substantivo, é usual continuar a usar-se o ordinal, mesmo depois de dez (ex.: «concorrente quinze», «décimo quinto concorrente»).

A regra vale igualmente na prática jurídica. Para designar os artigos no Código Civil, por exemplo, o artigo 1º deve-se dizer artigo primeiro até o artido décimo. Após artigo onze e assim por diante.

NA ESCRITA MAIS FORMAL, DEVEMOS CUIDAR A POSIÇÃO DO PONTO NOS NUMERAIS:
ARTIGO 1.º CLÁUSULA 1.ª
DEPOIS: ARTIGO 11. CLÁUSULA 11.

No entanto, temos aceitado a simplificação devido ao teclado nos not ou pcs.
Cláusula 1ª Cláusula 11 sem o uso do pontinho.
MAS, PRECISAMOS SABER AS REGRAS CORRETA, EM CASO DE CONCURSOS.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

VAMOS REFLETIR NO MÊS DE SETEMBRO SOBRE A RELAÇÃO: CIDADÃOXPÁTRIA

A HOMENAGEM QUE NÃO PODE CALAR

A independência do Brasil comemora mais um ano de existência. E nós, brasileiros, de uma forma ou de outra aproveitamos o dia 7 de setembro como melhor nos convier. A maior parte da população continua dormindo em berço esplêndido. Uns ficam em casa; outros viajam; muitos passam com a família e fazem desse dia mais um dia de feriado igual aos outros. Alguns também pensam, refletem e escrevem. Claro, além de fazerem tudo o que os demais brasileiros gostam de fazer: curtir um feriado.
A bandeira nacional é hasteada em todos os recantos do país e enquanto ela sobe ao topo do mastro, puxada lentamente pelas autoridades convidadas para este ato solene, o Hino Nacional toca. As pessoas procuram acompanhá-lo. Cantando por inteiro, algumas partes, parando e esperando pelos que “sabem mais”, especialmente quando chega a parte do “Brasil de um sonho intenso” e do “Brasil de amor eterno”. Claro, para não errar, basta lembrar, como sempre digo aos meus alunos:
- “Pessoal, primeiro a gente sonha e depois vive o sonho”.
Mas parece que a gente tem somente sonhado. Sonhamos com a liberdade e conseguimos conquistá-la, num passado distante. Depois passamos por uma fase difícil, a da ditadura militar e sonhávamos com a democracia. E ela também veio. Tímida, cheia de heróis que lutaram, foram presos, exilados. Mas voltaram para o Brasil e conseguiram o que todos nós queríamos: o direito de viver livre, democraticamente, sem receios de expressar nosso pensamento, de amar o Brasil por inteiro, de vê-lo despertar e se integrar às demais nações. Hoje somos livres para muitas ações, mas reféns para outras tantas.
Sim. Somos reféns da corrupção, da falta de ética, da desonestidade, do pouco caso que os governantes dispensam à saúde, à educação, à segurança, à boa aplicação do dinheiro público. Também, somos reféns de maus políticos que denigrem a imagem do Brasil dentro e fora dos seus limites. Somos reféns da violência dos assaltantes e da negligência daqueles que têm a obrigação de nos proteger. Afinal, pagamos nossos impostos e se não o fizermos temos represálias fiscais das quais também ficamos reféns. Daí constatamos que o Estado não cumpre com as leis que lhe obriga a nos garantir os direitos constitucionais e que para ele, o Estado, nada acontece.
Então, me questiono: será que não somos reféns da própria democracia que conquistamos, “com braço forte”, sem derramamento de sangue e sempre reiterando as nossas esperanças a cada nova eleição? Sim, pois nós brasileiros somos tão pacíficos e nada rancorosos que nem lembramos que o presidente Lula, o ex-presidente Collor e o atual Presidente do Senado Sarney eram de lado opostos e hoje se unem em “nome do BEM do Brasil”. Realmente, o Brasil é um país fácil de viver, seu povo é de índole pacífica, crédula, pura. O que precisa mudar, urgentemente, é a forma como nossos representantes percebem as coisas públicas e administram o dinheiro dos impostos que devem retornar para o povo, sob forma de benefícios e não sob forma de regalias pessoais e familiares. A coisa pública é patrimônio público e para quem fizer mau uso da mesma existe a punição. Basta que se cumpra a lei.
Bem por isso achei dramático assistir a Vanuza cantar o Hino Nacional Brasileiro daquela forma: desconcertante e fora do contexto. Claro, a Vanuza refletiu um momento da sua vida que lhe tem afetado os movimentos e a coordenação mental. Vanuza está doente. Mas, quem sabe, “o gigante pela própria natureza” não precisava assistir aquela cena hilária, onde as pessoas que participavam do evento poderiam ter tomado uma atitude, ajudado Vanuza achar o rumo da letra e da música. Porém, ao invés de mostrarem a ela que a melodia havia perdido o tom eles aplaudiram, encerraram a cerimônia como se estivessem concluído um ato normal.
E as coisas não são e não devem ser assim. Vanuza deu o sinal. Alguns jornalistas e analistas da situação perceberam que a mensagem que ela passou refletiu o caos que estamos vivendo. A confusão na letra e na música são sinais evidentes que precisamos repensar tudo o que está sujando e enlameando a imagem do nosso Brasil. Nós também estamos cantando o Hino de forma desconexa, sem rumo, a esmo.
Quem sabe vamos fazer desta Semana da Pátria uma oportunidade de demonstrar, pacificamente, mas em alto e bom som que o nosso país merece políticos e dirigentes iguais ao povo que vive aqui: de boa índole, bem intencionado, trabalhador, cumpridor de seus deveres sociais, morais e fiscais. Temos muito que ensinar neste mês de setembro. Estamos somente nos primeiros sete dias. Vamos aproveitar setembro inteiro para falar, respirar, viver e contar aos outros que o Brasil tem jeito sim. Basta as pessoas interpretarem corretamente algumas palavras como ideologia, ética, humildade, seriedade e outras que têm a mesma denotação.
TAREFA:
a) Escolha uma parte do texto, em colorido, para fazer um pequeno comentário e postar no espaço destinado a isso, no blog. Quero conhecer a opinião de vocês, por escrito, e também servirá como instrumento de avaliação.
Seja sincero. Expresse seu pensamento. Concorde ou discorde, mas justifique. Treine. Só apredemos a escrever, escrevendo e com isso estamos refletindo sobre essa forma de comunicação que precisa ser aperfeiçoada.

ACHO FUNDAMENTAL A COMUNICAÇÃO ENTRE QUEM ESCREVE E QUEM LÊ

A INTERAÇÃO COM OS LEITORES


Há exatos seis meses (em fevereiro) fui convidada para fazer parte dos colunistas do CLIC NEWS e aceitei o desafio. No início, meio tímida, escrevia com insegurança, embora seja muito segura para escrever. Afinal, as minhas horas do dia, tanto em casa quanto no trabalho, são dedicadas à escrita[1]. Mas escrita diferente, de cunho pedagógico, não como colunista.
Desde a primeira postagem percebi que era lida por muitas pessoas. Pessoas conhecidas, desconhecidas, parentes, amigos, alunos, ex-alunos, pois mantenho um blog[2] pedagógico para interagir com os alunos e mantê-los a par do desenvolvimento das aulas. No blog os alunos tiram suas dúvidas, mandando-me e-mail com suas dificuldades. E eu respondo um a um, auxiliando-os nas suas dificuldades, individualmente.
Tenho certeza que no atual contexto educacional, onde temos que competir com uma parnafenália de equipamentos necessários para a concretização das atividades precisamos nos valer de toda a tecnologia para poder nos comunicar com os alunos.
Mas retornando ao tema central desta reflexão, direcionado aos leitores que têm postado suas observações e sugestões, quero expressar a satisfação que sinto em poder atendê-los e apreciar seus comentários. Que bom que nem todos concordam com o que eu escrevo. Melhor ainda, os leitores demonstram interesse pelos assuntos que escolho segundo a minha preferência no momento e também consoante aos conhecimentos que detenho sobre o assunto.
Constatei a excelente repercussão da ajuda gramatical que iniciei, apresentando o novo Acordo Ortográfico explicando e justificando as palavras surgidas nos textos, assim como introduzi a explicação dos casos do uso da crase, atendendo à sugestão[3] de alguns leitores, mas que veio posso casar perfeitamente com a minha proposta inicial: interagir com os leitores porque essa é a maior finalidade da mensagem que me proponho a transmitir. Escrever, informar, mas, sobretudo ensinar. Sou professora 24 horas por dia.
Passados esses seis meses o ato de escrever para esta coluna passou a ser prazeroso porque constato que sou imprevisível e que tomei gosto pelo que estou fazendo. Sinto vontade de escrever, sento no frente do computador e as palavras fluem. Não importa o assunto. Abordo aquilo que me toca. Escrevo sem a preocupação de agradar. Escrevo pelo prazer de escrever. Digo aquilo que gostaria de ler. Procuro ser simples, direta, atingindo àqueles[4] que lêem o Clic Soledade e entram na coluna assinada por mim.
Estou feliz e realizada diante deste desafio: o de interagir com os leitores pelos seus comentários (inclusive, os que não gostam de escrever têm me falado pessoalmente e me sugerido temas a serem abordados). E eu os tenho incentivado a escreverem, pois eles somente aprenderão a escrever à medida[5] que escreverem. E acertarem. E errarem.
Emociona-me, particularmente, constatar como uma mesma mensagem é percebida de diferentes formas pelos leitores. E esta é a motivação de continuar escrevendo.
[1] Palavra feminina “escrita” admite artigo (a) + preposição (a)= à
[2] http://aprendendocomprazer.blogspot.com
[3] Palavra feminina “sugestão” admite artigo (a) + preposição (a)= à
[4] Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo, àqueloutro (e derivados) usa-se a crase porque subentende-se a fusão a preposição a + o pronome demonstrativo.
[5] Locução conjuntiva feminina.

O HOMEM TENDE A DOURAR A PÍLULA

O HOMEM TENDE A DOURAR A PÍLULA PORQUE ELE “SE ACHA”[1]


O fim do relacionamento amoroso virou o tema de uma exposição, que percorre o mundo e agora está em São Paulo, no SESC Pompéia. A artista francesa Sophie Calle transformou a dor do término de um relacionamento em arte. E não é que a exposição está tendo uma repercussão maior do que o que a própria autora esperava!!!.
Pelo que acompanho através da mídia, tudo começou quando a artista resolveu usar o sofrimento para fazer a exposição que hoje percorre o mundo. E esse sofrimento retratou o de uma adolescente de 15 anos, que respondeu uma carta de término de relacionamento por meio do SMS de texto do celular, usando simplesmente a frase: "ELE se acha".
Essa frase curta, mas significativa foi o que bastou para que a vida se transformasse em arte. A autora começou a receber e coletar milhares de exemplos de término de relacionamentos e a partir disso organizou a exposição. A exposição atrai milhares de visitantes diários, entre curiosos e sofredores de todas as idades demonstrando que o tema relacionamento e sofrimento unem as pessoas por si só, pois todos já tiveram algum tipo de problema nessa área. Quem não teve....é porque não viveu e não vive.
O acervo da exposição contém bilhetes, cartas, cartões e mensagens que comprovam a forma como cada um de nós, ao seu jeito, expressa o sentimento de rejeição diante de um “fora” da pessoa amada.
O discurso "você sabe que é especial, mas temos que terminar”; “que a vida ia começar a partir de agora, mas cada um deve ir para o se lado; “eu gosto muito de você, mas não dá mais”; “infelizmente, você é muito legal, mas vamos dar um tempo” e o tradicional “eu não te mereço” ou “você pode ter coisa melhor” podem ser uma simples desculpa ou uma desculpa verdadeira. Não importa o que venha a ser. Magoa, ofende, entristece. E aquele “cuide-se bem, pois eu me preocupo contigo”, mas pondo um ponto final no relacionamento???? Este, certamente, não dá para entender.....
O que pensar de tudo isso? A exposição apenas coloca a realidade e deixa todos os questionamentos no ar. As pessoas que vão à exposição divergem de opinião, mas há um consenso: o homem cria uma situação que obriga a mulher a tomar a decisão de pôr um fim no relacionamento. Por isso que o “homem tende a dourar a pílula”, segundo o piscoterapeuta Eduardo Ferreira Santos. Ele faz de tudo para não ser o responsável pelo ato final, mas sempre ocupando a posição de ator principal.
Na verdade, o fim de qualquer relacionamento é um interminável gerúndio. "Está terminando" até que alguém tome coragem para dizer (ou escrever) que acabou. O certo é que não dá para fazer uma separação sem dor.[2] E só dói o que tem sentido, o que representa ou representou alguma coisa.

[1] Esta crônica dedico à amiga e colega professora do IEE Maurício Cardoso, CLEONICE CIMAROSTI, que para minha satisfação me “segredou” que é leitora assídua e que todos os dias abre o CLICNEWS para ver se postei algo novo. E ela me dá palpites “ao vivo”, assim como outras pessoas o fazem. Mas o que vale é o acesso e a leitura, pois assim tenho convicção que cumpro com o propósito que tenho em mente.
[2] Se você quiser ler mais sobre ao assunto acesse o site: http://portalms.com.br/noticias/As-desculpas-para-se-terminar-um-relacionamento/Brasil/Geral/959558587.html, pois foi lá que me inspirei para esta reflexão.

DANÇA DO PODER

A Semana da Pátria começou ontem e me programei para escrever sobre ela. Mas como a crônica flui quando a gente menos espera tem outro assunto que se impôs na minha inspiração: o poder. Sim, o poder mesmo, aquele descrito pelo Aurélio como “ter a faculdade de...ter a possibilidade de.... ter a oportunidade de...”.[1]
O poder que as pessoas adquirem a partir do momento em que ocupam um cargo transitório ou uma posição privilegiada, normalmente de cunho político, diga-se de passagem, por indicação, o famoso QI (de Quem Indica) e não o QU (de Quociente Intelectual). Às vezes, os dois poderes podem até conviver, estar juntos na mesma pessoa, mas o primeiro é sempre mais forte, determina a atitude tomada por esse alguém e como é conquistado por força da circunstância se sobrepõe sobre a forma de agir. E até atrapalha quem o detém, fazendo com que tome atitudes que em outra circunstância não tomaria. Penso que é este o famoso, antigo e conhecido “preço de poder”.
Assim, fico triste quando vejo colegas professores, que ao se projetarem num determinado momento anseiam por mostrar aos outros que estão no comando. E no comando não somente do órgão ou da instituição, mas também de decisões que envolvem assuntos extremamente pessoais. Pessoas que se valem daquele “poder”, se é que assim podemos chamar uma situação passageira para mostrar aos outros, sempre para a parte mais frágil, a que está emocionalmente abalada ou desestruturada, que eles podem decidir pelo melhor. Como saber qual é o melhor para o outro se não sabemos nem qual é o melhor para nós???? Complicado, não é???? Mas verdadeiro.
O que deveria interessar para quem está no poder, especialmente educacional, que é o ramo a que estou ligada, é o nível de conhecimento dos professores, a metodologia utilizada em sala de aula a serviço dos educandos, a promoção pessoal dos profissionais da educação que está sempre carecendo de incentivo, material, atualização. E não se o professor pertence a esta ou aquela sigla partidária. Afinal, o Brasil ainda tem partido político definido, puro, que preza e defende sua ideologia??? Penso que de tantos conchavos e acertos políticos em vista da manutenção do poder estamos perdendo até a identidade partidária.
Bem, a Semana da Pátria será tratada na próxima oportunidade. Ou melhor, será que o poder, a ambição pelo poder, o deslumbramento pelo poder não é comemorado e incentivado também na Semana da Pátria? Em caso positivo esta é a primeira reflexão sobre pátria: até onde pode chegar a gana pelo poder.
[1] Aurélio Buarque de Holanda. Mini dicionário da língua portuguesa. CD Room.