terça-feira, 8 de setembro de 2009

DANÇA DO PODER

A Semana da Pátria começou ontem e me programei para escrever sobre ela. Mas como a crônica flui quando a gente menos espera tem outro assunto que se impôs na minha inspiração: o poder. Sim, o poder mesmo, aquele descrito pelo Aurélio como “ter a faculdade de...ter a possibilidade de.... ter a oportunidade de...”.[1]
O poder que as pessoas adquirem a partir do momento em que ocupam um cargo transitório ou uma posição privilegiada, normalmente de cunho político, diga-se de passagem, por indicação, o famoso QI (de Quem Indica) e não o QU (de Quociente Intelectual). Às vezes, os dois poderes podem até conviver, estar juntos na mesma pessoa, mas o primeiro é sempre mais forte, determina a atitude tomada por esse alguém e como é conquistado por força da circunstância se sobrepõe sobre a forma de agir. E até atrapalha quem o detém, fazendo com que tome atitudes que em outra circunstância não tomaria. Penso que é este o famoso, antigo e conhecido “preço de poder”.
Assim, fico triste quando vejo colegas professores, que ao se projetarem num determinado momento anseiam por mostrar aos outros que estão no comando. E no comando não somente do órgão ou da instituição, mas também de decisões que envolvem assuntos extremamente pessoais. Pessoas que se valem daquele “poder”, se é que assim podemos chamar uma situação passageira para mostrar aos outros, sempre para a parte mais frágil, a que está emocionalmente abalada ou desestruturada, que eles podem decidir pelo melhor. Como saber qual é o melhor para o outro se não sabemos nem qual é o melhor para nós???? Complicado, não é???? Mas verdadeiro.
O que deveria interessar para quem está no poder, especialmente educacional, que é o ramo a que estou ligada, é o nível de conhecimento dos professores, a metodologia utilizada em sala de aula a serviço dos educandos, a promoção pessoal dos profissionais da educação que está sempre carecendo de incentivo, material, atualização. E não se o professor pertence a esta ou aquela sigla partidária. Afinal, o Brasil ainda tem partido político definido, puro, que preza e defende sua ideologia??? Penso que de tantos conchavos e acertos políticos em vista da manutenção do poder estamos perdendo até a identidade partidária.
Bem, a Semana da Pátria será tratada na próxima oportunidade. Ou melhor, será que o poder, a ambição pelo poder, o deslumbramento pelo poder não é comemorado e incentivado também na Semana da Pátria? Em caso positivo esta é a primeira reflexão sobre pátria: até onde pode chegar a gana pelo poder.
[1] Aurélio Buarque de Holanda. Mini dicionário da língua portuguesa. CD Room.

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