terça-feira, 8 de setembro de 2009

VAMOS REFLETIR NO MÊS DE SETEMBRO SOBRE A RELAÇÃO: CIDADÃOXPÁTRIA

A HOMENAGEM QUE NÃO PODE CALAR

A independência do Brasil comemora mais um ano de existência. E nós, brasileiros, de uma forma ou de outra aproveitamos o dia 7 de setembro como melhor nos convier. A maior parte da população continua dormindo em berço esplêndido. Uns ficam em casa; outros viajam; muitos passam com a família e fazem desse dia mais um dia de feriado igual aos outros. Alguns também pensam, refletem e escrevem. Claro, além de fazerem tudo o que os demais brasileiros gostam de fazer: curtir um feriado.
A bandeira nacional é hasteada em todos os recantos do país e enquanto ela sobe ao topo do mastro, puxada lentamente pelas autoridades convidadas para este ato solene, o Hino Nacional toca. As pessoas procuram acompanhá-lo. Cantando por inteiro, algumas partes, parando e esperando pelos que “sabem mais”, especialmente quando chega a parte do “Brasil de um sonho intenso” e do “Brasil de amor eterno”. Claro, para não errar, basta lembrar, como sempre digo aos meus alunos:
- “Pessoal, primeiro a gente sonha e depois vive o sonho”.
Mas parece que a gente tem somente sonhado. Sonhamos com a liberdade e conseguimos conquistá-la, num passado distante. Depois passamos por uma fase difícil, a da ditadura militar e sonhávamos com a democracia. E ela também veio. Tímida, cheia de heróis que lutaram, foram presos, exilados. Mas voltaram para o Brasil e conseguiram o que todos nós queríamos: o direito de viver livre, democraticamente, sem receios de expressar nosso pensamento, de amar o Brasil por inteiro, de vê-lo despertar e se integrar às demais nações. Hoje somos livres para muitas ações, mas reféns para outras tantas.
Sim. Somos reféns da corrupção, da falta de ética, da desonestidade, do pouco caso que os governantes dispensam à saúde, à educação, à segurança, à boa aplicação do dinheiro público. Também, somos reféns de maus políticos que denigrem a imagem do Brasil dentro e fora dos seus limites. Somos reféns da violência dos assaltantes e da negligência daqueles que têm a obrigação de nos proteger. Afinal, pagamos nossos impostos e se não o fizermos temos represálias fiscais das quais também ficamos reféns. Daí constatamos que o Estado não cumpre com as leis que lhe obriga a nos garantir os direitos constitucionais e que para ele, o Estado, nada acontece.
Então, me questiono: será que não somos reféns da própria democracia que conquistamos, “com braço forte”, sem derramamento de sangue e sempre reiterando as nossas esperanças a cada nova eleição? Sim, pois nós brasileiros somos tão pacíficos e nada rancorosos que nem lembramos que o presidente Lula, o ex-presidente Collor e o atual Presidente do Senado Sarney eram de lado opostos e hoje se unem em “nome do BEM do Brasil”. Realmente, o Brasil é um país fácil de viver, seu povo é de índole pacífica, crédula, pura. O que precisa mudar, urgentemente, é a forma como nossos representantes percebem as coisas públicas e administram o dinheiro dos impostos que devem retornar para o povo, sob forma de benefícios e não sob forma de regalias pessoais e familiares. A coisa pública é patrimônio público e para quem fizer mau uso da mesma existe a punição. Basta que se cumpra a lei.
Bem por isso achei dramático assistir a Vanuza cantar o Hino Nacional Brasileiro daquela forma: desconcertante e fora do contexto. Claro, a Vanuza refletiu um momento da sua vida que lhe tem afetado os movimentos e a coordenação mental. Vanuza está doente. Mas, quem sabe, “o gigante pela própria natureza” não precisava assistir aquela cena hilária, onde as pessoas que participavam do evento poderiam ter tomado uma atitude, ajudado Vanuza achar o rumo da letra e da música. Porém, ao invés de mostrarem a ela que a melodia havia perdido o tom eles aplaudiram, encerraram a cerimônia como se estivessem concluído um ato normal.
E as coisas não são e não devem ser assim. Vanuza deu o sinal. Alguns jornalistas e analistas da situação perceberam que a mensagem que ela passou refletiu o caos que estamos vivendo. A confusão na letra e na música são sinais evidentes que precisamos repensar tudo o que está sujando e enlameando a imagem do nosso Brasil. Nós também estamos cantando o Hino de forma desconexa, sem rumo, a esmo.
Quem sabe vamos fazer desta Semana da Pátria uma oportunidade de demonstrar, pacificamente, mas em alto e bom som que o nosso país merece políticos e dirigentes iguais ao povo que vive aqui: de boa índole, bem intencionado, trabalhador, cumpridor de seus deveres sociais, morais e fiscais. Temos muito que ensinar neste mês de setembro. Estamos somente nos primeiros sete dias. Vamos aproveitar setembro inteiro para falar, respirar, viver e contar aos outros que o Brasil tem jeito sim. Basta as pessoas interpretarem corretamente algumas palavras como ideologia, ética, humildade, seriedade e outras que têm a mesma denotação.
TAREFA:
a) Escolha uma parte do texto, em colorido, para fazer um pequeno comentário e postar no espaço destinado a isso, no blog. Quero conhecer a opinião de vocês, por escrito, e também servirá como instrumento de avaliação.
Seja sincero. Expresse seu pensamento. Concorde ou discorde, mas justifique. Treine. Só apredemos a escrever, escrevendo e com isso estamos refletindo sobre essa forma de comunicação que precisa ser aperfeiçoada.

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